Pessoas
com Surdez na escola
Há cerca de dois séculos, existe em embate político
e epistemológico entre os gestualistas e os oralistas, este embate vem se
destacando nas discussões que promovem a educação das pessoas com surdez, que
tendem por uma ou outra concepção de suas práticas pedagógicas específicas.
No Brasil, o
caminho da educação inclusiva está ganhando forças, apesar dos desafios, que
serão e estão sendo discutidos. Com o documento
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (2008), nota-se as mobilizações políticas que tornam o ambiente
escolar para as pessoas com surdez principalmente. Não devemos tratar as
pessoas com surdez como grupos isolados, identificando-os como sendo de uma
cultura surda, identidade surda, línguas surdas e sujeito surdo, etc., relacionando
os ouvintes como dominadores. Essas concepções dividem as pessoas com ou sem
deficiência.
Os profissionais
da escola não devem focar o problema da língua em si, pois, pode prejudicar o
desenvolvimento da pessoa com surdez, devendo assim, romper com o embate entre
gestualistas e oralistas. As potencialidades das pessoas com surdez, devem ser
valorizadas, a instituição escolar deve se envolver neste processo, ao
construir uma prática pedagógica com este objetivo.
É muito importante
salientar que o processo de resignificação da educação de pessoas com surdez,
sobre uma visão bilíngue, há existência de alguns tópicos que se destacam:
·
A proficiência em duas línguas ainda parece
ilusão, há uma visão educacional que prioriza a língua de sinais e outra o
bilinguismo (L1XL2), em alguns casos dá lugar ao bimodalismo.
·
É relevante discutir que as pessoas com surdez
necessitam de ambientes educacionais que o estimulem e desafiem o pensamento,
exercitando sua capacidade perceptivo/cognitiva.
A abordagem bilíngue
é legitimada, conforme a obrigatoriedade do Decreto 5.626 de 5 de Dezembro de
2005. O AEE vem contribuir com está perspectiva, complementando o que foi
ensinado em sala de aula comum, além de outras especificidades. Para que o AEE
para pessoas com surdez se concretize na escola, o aluno deve ser estimulado a “aprender
a aprender”, conforme Damázio (2005).
É relevante
destacar que a organização didática do AEE, para pessoas com surdez, tem como ideal a formação do professor e do
diagnóstico inicial do aluno como surdez, passando por três momentos
didáticos-pedagógicos:
·
Atendimento Educacional Especializado em Libras;
·
Atendimento Educacional Especializado para o
ensino da Língua Portuguesa escrita;
·
Atendimento Educacional especializado para o
ensino de Libras.
A pessoa com
surdez tem o direito de estar preparado para o mundo, independente de qual
forma de comunicação ele priorize, considerando sua formação humana em todo o
contexto social.
Alexsander Luis