domingo, 16 de março de 2014

Pessoas com Surdez na escola

Há cerca de dois séculos, existe em embate político e epistemológico entre os gestualistas e os oralistas, este embate vem se destacando nas discussões que promovem a educação das pessoas com surdez, que tendem por uma ou outra concepção de suas práticas pedagógicas específicas.

No Brasil, o caminho da educação inclusiva está ganhando forças, apesar dos desafios, que serão e estão sendo discutidos. Com o documento  A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), nota-se as mobilizações políticas que tornam o ambiente escolar para as pessoas com surdez principalmente. Não devemos tratar as pessoas com surdez como grupos isolados, identificando-os como sendo de uma cultura surda, identidade surda, línguas surdas e sujeito surdo, etc., relacionando os ouvintes como dominadores. Essas concepções dividem as pessoas com ou sem deficiência.

Os profissionais da escola não devem focar o problema da língua em si, pois, pode prejudicar o desenvolvimento da pessoa com surdez, devendo assim, romper com o embate entre gestualistas e oralistas. As potencialidades das pessoas com surdez, devem ser valorizadas, a instituição escolar deve se envolver neste processo, ao construir uma prática pedagógica com este objetivo.

É muito importante salientar que o processo de resignificação da educação de pessoas com surdez, sobre uma visão bilíngue, há existência de alguns tópicos que se destacam:

·         A proficiência em duas línguas ainda parece ilusão, há uma visão educacional que prioriza a língua de sinais e outra o bilinguismo (L1XL2), em alguns casos dá lugar ao bimodalismo.
·         É relevante discutir que as pessoas com surdez necessitam de ambientes educacionais que o estimulem e desafiem o pensamento, exercitando sua capacidade perceptivo/cognitiva.

A abordagem bilíngue é legitimada, conforme a obrigatoriedade do Decreto 5.626 de 5 de Dezembro de 2005. O AEE vem contribuir com está perspectiva, complementando o que foi ensinado em sala de aula comum, além de outras especificidades. Para que o AEE para pessoas com surdez se concretize na escola, o aluno deve ser estimulado a “aprender a aprender”, conforme Damázio (2005).

É relevante destacar que a organização didática do AEE, para pessoas com surdez,  tem como ideal a formação do professor e do diagnóstico inicial do aluno como surdez, passando por três momentos didáticos-pedagógicos:

·         Atendimento Educacional Especializado em Libras;
·         Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa escrita;
·         Atendimento Educacional especializado para o ensino de Libras.

A pessoa com surdez tem o direito de estar preparado para o mundo, independente de qual forma de comunicação ele priorize, considerando sua formação humana em todo o contexto social.


Alexsander Luis