AEE INCLUSÃO 2013
Abordagens sobre o Atendimento Educacional Especializado e seus avanços.
segunda-feira, 1 de agosto de 2016
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Modelos dos modelos - Italo Calvino Minhas reflexões em relação ao Atendimento Educacional Especializado
O texto de Italo Calvino, trás para mim uma grande reflexão sobre certos
padrões, que muitas das vezes são inflexíveis, mas que na verdade poderiam ou
até deveriam ser flexíveis. O Atendimento Educacional Especializado, gera
modelos que ora poderiam ser remodelados ou não. Devemos ter em mente que o ser
humano cresce, desenvolve, para ou anda.
O modelo dos modelos com padrão imutáveis pode se tornar um problema, devendo
ser analisado conforme as peculiaridades individuais.
As vezes que é bom para
mim é indesejado ou até mesmo impossível para outros, devemos apreciar e saber
reconhecer as potencialidades de cada um, sem focar suas dificuldades.
Alexsander Luis
domingo, 8 de junho de 2014
PRANCHA DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA PARA ALUNOS COM TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA (TEA)
Público alvo da atividade proposta: Crianças com (TEA) com transtorno Autista, da Educação
Infantil, com idade entre 3 e 5 anos.
Pranchas de comunicação - As
pranchas de comunicação podem ser construídas utilizando-se objetos ou
símbolos, letras, sílabas, palavras, frases ou números. As pranchas são
personalizadas e devem considerar as possibilidades cognitivas, visuais e
motoras de seu usuário.
Essas pranchas podem estar soltas ou agrupadas em álbuns ou
cadernos. O indivíduo vai olhar, apontar ou ter a informação apontada pelo
parceiro de comunicação dependendo de sua condição motora.
O uso das pranchas de comunicação poderá ser
adequada à idade ou ao nível de comunicação da criança com Autismo, inicialmente
poderá ser usada junto ao Professor de Atendimento Educacional Especializado
(AEE), na Sala de Recurso Multifuncional (SRM). Este recurso é considerado de
baixa tecnologia, e pode ser adaptado de acordo com a demanda de cada professor
de AEE, devendo ser inserido em outros ambientes da escola, preferencialmente
na sala de aula e em outros ambientes frequentados pelo aluno com Autismo.
Uma dica muito interessante para montar uma
prancha de comunicação que possa obter maior compreensão da criança autista é personaliza-la
para cada criança, como por exemplo, usar fotos pessoas de sua família,
professor, utensílios domésticos, objetos e locais que façam parte de seu
cotidiano, na escola, em sua casa e nos ambientes que frequente. Usar fotos que
a criança esteja familiarizado, ajudará muito a focar a comunicação, visado
facilitar sua interação social, e compreensão de seu comportamento.
Eye-gaze - pranchas de apontar com os olhos que podem ser
dispostas sobre a mesa ou apoiada em um suporte de acrílico ou plástico
colocado na vertical. O indivíduo também pode apontar com o auxílio de uma
lanterna com foco convergente, fixada ao lado de sua cabeça, iluminando a
resposta desejada.
Avental - é um avental confeccionado em tecido que facilita
a fixação de símbolos ou letras com velcro, que é utilizado pelo parceiro. No
seu avental o parceiro de comunicação prende as letras ou as palavras e a
criança responde através do olhar.
Comunicador em forma de relógio - o comunicador é um recurso
que possibilita o indivíduo dar sua resposta com autonomia, mesmo quando ele
apresenta uma dificuldade motora severa. Seu princípio é semelhante ao do
relógio, só que é a pessoa que comanda o movimento do ponteiro apertando um
acionador .
Tecnologia
Assistiva – Miryam Pelosi - http://www.comunicacaoalternativa.com.br/
[acesso em 08/05/2014].
Você sabia?
A partir da DSM-5[1] o Transtorno
Global do Desenvolvimento passa a chamar-se Transtorno do Espectro Autista, inserido
na categoria diagnóstica dos Transtornos de Neurodesenvolvimento. Que inclui, o
transtorno autista (autismo), o transtorno de Asperger, o transtorno
desintegrativo da infância e os transtornos invasivos do desenvolvimento sem
outra especificação, conforme a DSM-5 (APA 2012).
O Transtorno do Espectro Autista é um
distúrbio do desenvolvimento neurológico e deve estar presente desde a infância
ou do início da infância, mas pode não ser detectado mais tarde devido a mínimas
demandas sociais e do apoio dos pais ou responsáveis nos primeiros anos. Esse
distúrbio passa a ter dois domínios: sociais/comunicação déficits e interesses fixados e comportamentos repetitivos (APA,
2012).
---------------------------------
[1] manual diagnóstico e estatístico feito pela Associação
Americana de Psiquiatria para definir como é feito o diagnóstico de transtornos
mentais. A versão atualizada saiu
em maio de 2013 e substitui o DSM-IV criado em 2000. Desde o DSM-I criado em
1952, esse manual tem sido uma das bases de diagnósticos de saúde mental mais
usados no mundo.
sexta-feira, 25 de abril de 2014
SURDOCEGUEIRA E DMU
A PESSOA COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
São consideradas
pessoas com deficiência múltipla aquelas que "têm mais de uma deficiência
associada. É uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos de
pessoas, revelando associações diversas de deficiências que afetam, mais ou
menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social" (MEC/SEESP,
2002).
As características
específicas apresentadas pelas pessoas com deficiência múltipla lançam desafios
à escola e aos profissionais que com elas trabalham no que diz respeito à
elaboração de situações de aprendizagem a serem desenvolvidas para que sejam alcançados
resultados positivos ao longo do processo de inclusão. Esses alunos constituem
um grupo com características específicas e peculiares e, consequentemente, com
necessidades únicas. Por isso, faz-se necessário dar atenção a dois aspectos
importantes: a comunicação e o posicionamento.
SURDOCEGUEIRA
“Surdocegueira é uma
condição que apresenta outras dificuldades além daquelas causadas pela cegueira
e pela surdez. O termo hifenizado indica uma condição que somaria as
dificuldades da surdez e da cegueira. A palavra sem hífen indicaria uma
diferença, uma condição única e o impacto da perda dupla é multiplicativo e não
aditivo.” (LAGATI,
1995, p. 306).
Para McInnes (1999),
a premissa básica é que a surdocegueira é uma deficiência única que requer uma
abordagem específica para favorecer a pessoa com surdocegueira e um sistema
para dar este suporte. O referido autor subdivide as pessoas com surdocegueira em
quatro categorias:
* Indivíduos que eram
cegos e se tornaram surdos;
* Indivíduos que eram
surdos e se tornaram cegos;
* Indivíduos que se
tornaram surdocegos;
* Indivíduos que
nasceram ou adquiriram surdocegueira precocemente, ou seja, não tiveram a
oportunidade de desenvolver linguagem, habilidades comunicativas ou cognitivas
nem base conceitual sobre a qual possam construir uma compreensão de mundo.
O mesmo autor (1999)
relata que muitos indivíduos com surdocegueira congênita ou que a adquiram
precocemente têm deficiências associadas como: físicas e intelectuais. Estas quatro
categorias podem ser agrupadas em Surdocegos Congênitos ou Surdocegos
Adquiridos. E dependendo da idade em que a surdocegueira se estabeleceu pode-se
classificá-la em Surdocegos Pré-lingüísticos ou Surdocegos Pós-lingüísticos.
A APRENDIZAGEM DAS PESSOAS COM SURDOCEGUEIRA
Relacionamos a seguir
o que Mc Innes (1999) refere sobre a aprendizagem de pessoas com surdocegueira:
indivíduos com surdocegueira demonstram dificuldade em observar, compreender e
imitar o comportamento de membros da família ou de outros que venha entrar em
contato, devido à combinação das perdas visuais e auditivas que apresentam.
Por isso, as técnicas
"mão-sobre-mão" [Mão sobre mão: a mão do professor é colocada em
cima da mão do aluno, de forma a orientar o seu movimento, o professor tem o
controle da situação] ou a "mão sob mão" [Mão sob mão: a mão do
professor é colocada em baixo da mão do aluno de modo a orientar o seu
movimento, mas não a controla, convida a pessoa com deficiência a explorar com
segurança] são importantes estratégias de intervenção para o
estabelecimento da comunicação com a criança com surdocegueira.
NECESSIDADES
ESPECÍFICAS DAS PESSOAS COM SURDOCEGUEIRA E COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
O corpo é a realidade
mais imediata do ser humano. A partir e por meio dele, o homem descobre o mundo
e a si mesmo. Portanto, favorecer o desenvolvimento do esquema corporal da
pessoa com surdocegueira ou com deficiência múltipla é de extrema importância.
Para que a pessoa
possa se auto perceber e perceber o mundo exterior, devemos buscar a sua
verticalidade, o equilíbrio postural, a articulação e a harmonização de seus
movimentos; a autonomia em deslocamentos e movimentos; o aperfeiçoamento das
coordenações viso motora, motora global e fina; e o desenvolvimento da força
muscular.
As pessoas com
surdocegueira e com deficiência múltipla, que não apresentam graves problemas
motores, precisam aprender a usar as duas mãos. Isso para servir como tentativa
de minorar as eventuais estereotipias motoras e pela necessidade do uso de
ambas para o desenvolvimento de um sistema estruturado de comunicação.
Devido às
dificuldades fonoarticulatórias, motoras ou mesmo neurológicas, é comum A
Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar Surdocegueira e
Deficiência Múltipla nessas pessoas algum tipo de limitação na comunicação e no
processamento e elaboração das informações recolhidas do seu entorno. Isso pode
resultar em prejuízos no processo de simbolização das experiências vividas, por
acarretar carência de sentido para as mesmas.
Prioritariamente
deve-se, portanto, disponibilizar recursos para favorecer a aquisição da
linguagem estruturada no registro simbólico, tanto verbal quanto em outros
registros, como o gestual, por exemplo.
Mesmo quando a
deficiência predominante não é na área intelectual, todo trabalho com o aluno
com deficiência múltipla e com surdocegueira implica em constante interação com
o meio ambiente. Este processo interacional é prejudicado quando as informações
sensoriais e a organização do esquema corporal são deficitárias. Prever a
estimulação e a organização desses meios de interação com o mundo deve fazer
parte do Plano de AEE.
COMUNICAÇÃO
Todas as interações
de comunicação e atividades de aprendizagem devem respeitar a individualidade e
a dignidade de cada aluno com deficiência múltipla. Isto se refere a pessoas que
possuem como característica a necessidade de ter alguém que possa mediar seu
contato com o meio. Assim, ocorrerá o estabelecimento de códigos comunicativos
entre o deficiente múltiplo e o receptor. Esse mediador terá a responsabilidade
de ampliar o conhecimento do mundo ao redor dessa pessoa, visando a lhe
proporcionar autonomia e independência.
Todas as pessoas se
comunicam, ainda que em diferentes níveis de simbolização e com formas de
comunicação diversas; assim, considera-se que qualquer comportamento poderá ser
uma tentativa de comunicação. Dessa maneira, é preciso estar atento ao contexto
no qual os comportamentos, as manifestações ocorrem e sua frequência, para
assim compreender melhor o que o aluno tem a intenção de comunicar e responder.
Fonte: Educação Especial na
Perspectiva da Inclusão Escolar Surdocegueira e Deficiência Múltipla - MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
ESPECIAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2010.
domingo, 16 de março de 2014
Pessoas
com Surdez na escola
Há cerca de dois séculos, existe em embate político
e epistemológico entre os gestualistas e os oralistas, este embate vem se
destacando nas discussões que promovem a educação das pessoas com surdez, que
tendem por uma ou outra concepção de suas práticas pedagógicas específicas.
No Brasil, o
caminho da educação inclusiva está ganhando forças, apesar dos desafios, que
serão e estão sendo discutidos. Com o documento
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (2008), nota-se as mobilizações políticas que tornam o ambiente
escolar para as pessoas com surdez principalmente. Não devemos tratar as
pessoas com surdez como grupos isolados, identificando-os como sendo de uma
cultura surda, identidade surda, línguas surdas e sujeito surdo, etc., relacionando
os ouvintes como dominadores. Essas concepções dividem as pessoas com ou sem
deficiência.
Os profissionais
da escola não devem focar o problema da língua em si, pois, pode prejudicar o
desenvolvimento da pessoa com surdez, devendo assim, romper com o embate entre
gestualistas e oralistas. As potencialidades das pessoas com surdez, devem ser
valorizadas, a instituição escolar deve se envolver neste processo, ao
construir uma prática pedagógica com este objetivo.
É muito importante
salientar que o processo de resignificação da educação de pessoas com surdez,
sobre uma visão bilíngue, há existência de alguns tópicos que se destacam:
·
A proficiência em duas línguas ainda parece
ilusão, há uma visão educacional que prioriza a língua de sinais e outra o
bilinguismo (L1XL2), em alguns casos dá lugar ao bimodalismo.
·
É relevante discutir que as pessoas com surdez
necessitam de ambientes educacionais que o estimulem e desafiem o pensamento,
exercitando sua capacidade perceptivo/cognitiva.
A abordagem bilíngue
é legitimada, conforme a obrigatoriedade do Decreto 5.626 de 5 de Dezembro de
2005. O AEE vem contribuir com está perspectiva, complementando o que foi
ensinado em sala de aula comum, além de outras especificidades. Para que o AEE
para pessoas com surdez se concretize na escola, o aluno deve ser estimulado a “aprender
a aprender”, conforme Damázio (2005).
É relevante
destacar que a organização didática do AEE, para pessoas com surdez, tem como ideal a formação do professor e do
diagnóstico inicial do aluno como surdez, passando por três momentos
didáticos-pedagógicos:
·
Atendimento Educacional Especializado em Libras;
·
Atendimento Educacional Especializado para o
ensino da Língua Portuguesa escrita;
·
Atendimento Educacional especializado para o
ensino de Libras.
A pessoa com
surdez tem o direito de estar preparado para o mundo, independente de qual
forma de comunicação ele priorize, considerando sua formação humana em todo o
contexto social.
Alexsander Luis
domingo, 1 de dezembro de 2013
Audiodescrição: Recurso imprescindível para pessoas cegas ou com baixa visão.
A áudiodescrição
é um excelente recurso de tecnologia assistiva para permitir que pessoas com deficiência visual, possam ser incluídos no mundo do vidente. A tradução de
imagens em palavras dá um novo significado na vida do DV, proporcionando-o a
participação efetiva em diversas atividades desenvolvidas, tanto na escola ou em eventos públicos.
Audiodescrição de uma das 66 fotos do livro "Yuba" de Lucille Kanzawa. Roteiro e Audiodescrição - Marcia Oshiro
"A audiodescrição é um recurso de tecnologia assistiva que permite a
inclusão de pessoas com deficiência visual junto ao público de produtos
audiovisuais. O recurso consiste na tradução de imagens em palavras. É,
portanto, também definido como um modo de tradução audiovisual intersemiótico,
onde o signo visual é transposto para o signo verbal. Essa transposição
caracteriza-se pela descrição objetiva de imagens que, paralelamente e em
conjunto com as falas originais, permite a compreensão integral da narrativa
audiovisual. Como o próprio nome diz, um conteúdo audiovisual é formado pelo
som e pela imagem, que se completam. A audiodescrição vem então preencher uma
lacuna para o público deficiente visual." (Eliana Franco - UFBA).
Alexsander Luis
Assinar:
Postagens (Atom)